quarta-feira, 28 de março de 2012

Promises...

 
   Fácil? Sim, fácil. Quem é que não consegue prometer? Quem é que não tem a honra de dizer com a abusada facilidade a palavra "prometo"?
  Todos, todos nós, de um momento para o outro, dizemos "sim, eu prometo-te" facilmente. Mas e depois? Cumprem-nas? Todas as vossas promessas, da mais superficial à mais profunda, da mais banal à mais irresistível, vocês cumprem-nas, até ao fim?

Pensem bem...





  Pois bem, aqui surge o problema. Reparem, prometer não é simplesmente, naquele momento, dizermos que prometermos e passado uma semana / mês / dois anos, esquecer-mo-nos dela e a quebrar-mos, como se nunca tivesse existido tal promessa.

  Prometer é muito mais que isso. Prometer é comprometer-nos. É darmos a nossa palavra como verdadeira. É nunca a quebrar. É depois de darmos a nossa palavra, esta ser sagrada. E mesmo que a estrada seja longa, feia ou bela, custe o que custar, nem que tenhamos que nos sacrificar, mas a nossa palavra deve ser mantida.

  Agora, muito cuidado com o que prometem, pois com certeza que sabemos distinguir acções de sentimentos, mas muitas vezes não sabemos o que é prometer uma coisa, e o que é prometer a outra, porque não sabemos que pode-se prometer acções, mas não sentimentos, pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou odiá-lo sempre, ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas o que pode perfeitamente prometer são aquelas acções que, na verdade, são geralmente as consequências do amor, do ódio, mas que também podem emanar de outras razões, pois a uma acção conduzem diversos caminhos e motivos. A promessa de amar sempre alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, manifestar-te-ei as acções do amor; se eu já não te amar, pois, não obstante, receberás para sempre de mim as mesmas acções, ainda que por outros motivos. De modo que a aparência de que o amor estaria inalterado e continuaria sendo o mesmo permanece na cabeça das outras pessoas. Promete-se, por conseguinte, a persistência da aparência do amor, quando, sem ilusão, se promete a alguém amor perpétuo.
  Como tal, promessas de sentimentos é cair numa grande armadilha. 
  Ninguém sabe o que lhe espera. É um perigo quando vemos e ouvimos dizer por aí: "amo-te para sempre" (que é o mais comum), porque eu posso perfeitamente amar-te para sempre, como simplesmente isso não acontecer. Não temos culpa, é-nos involuntário, é sentimental. Não nos cabe a nós conseguir controlar tal coisa.

  Em suma, fazer uma promessa é depois de darmos a nossa palavra, esta ser sagrada. Custe o que custar, ela deve ser mantida até ao fim. 
  E jamais prometam sentimentos, pois eles têm o dom de serem incontroláveis e, sobretudo, involuntários, nunca estando ao nosso alcance o querer sentir isto ou aquilo porque assim o decido e me convém. 
  Eu simplesmente sinto porque algo que não consigo controlar, me fez sentir.

  Entendam isso, porque se entenderem, não só rapidamente perceberão o erro que é cair na armadilha de se dizer "amo-te para sempre", como perceberão também que a verdadeira finalidade da palavra promessa é mantermos a nossa palavra até ao fim, custe o que custar.


Obrigado pela a inspiração ;D




:D